O renomado sociólogo Murray Strauss, fundador e codiretor do Laboratório de Pesquisa da Família e professor emérito da Universidade de New Hampshire, passou mais de quatro décadas pesquisando os efeitos do castigo físico em crianças, especificamente as palmadas. em seu livro A Violência Primordial ('Violência Primordial'), Straus analisa uma vasta quantidade de dados e estudos para demonstrar como esse tipo de disciplina influencia negativamente o desenvolvimento cognitivo, a comportamento antisocial e capacidades emocionais de menores.
O impacto das palmadas no desenvolvimento infantil
Os dados coletados por Straus abrangem informações longitudinais de mais de 7000 Famílias americanas e resultados comparativos em 32 países. Esta ampla base de evidências permite-nos analisar o impacto da surra a partir de várias perspectivas culturais e o seu efeito tanto no Escopo familiar como no tecido social.
De acordo com Straus, embora seja verdade que a surra pode corrigir o comportamento a curto prazo, ela não funciona melhor do que métodos alternativos, como privação de privilégios. Além disso, estes “benefícios” são ofuscados pelas suas consequências negativas, entre as quais se destacam:
- O enfraquecimento do vínculo emocional entre pais e filhos.
- O aumento da propensão para usar a violência como ferramenta de resolução de conflitos.
- O atraso em desenvolvimento cognitivo e uma menor probabilidade de sucesso acadêmico.
Mas de 100 estudos concordam com um 90% em relação a esses efeitos colaterais. Straus enfatiza que provavelmente não há outro aspecto da parentalidade onde a pesquisa seja tão consistente.
Consequências psicológicas e sociais
Pesquisas recentes mostraram que a surra afeta não apenas o comportamento, mas também o emocional e o psicológico. Entre as consequências mais notáveis estão:
- Problemas de saúde mental: Crianças sujeitas a castigo físico apresentam taxas mais elevadas de ansiedade, depressão y estresse.
- Alterações no desenvolvimento cognitivo: Estudos como o realizado pela Old Dominion University, nos EUA, mostraram que mesmo palmadas esporádicas podem afetar o flexibilidade cognitiva e o controle inibitório.
- Comportamento antisocial: O castigo físico ensina que violência É uma forma aceitável de resolver problemas, aumentando as chances de futuros comportamentos agressivos.
Um relatório da UNICEF sobre 2014 Ele destacou que perto do 80% dos pais no mundo usaram alguma forma de castigo físico. No entanto, como apontou a especialista Elizabeth Gershoff numa meta-análise de 75 Nos estudos, a surra produz resultados comparáveis ao abuso físico, embora em menor grau.
Alternativas ao castigo físico
Straus defende a implementação de políticas e campanhas educativas que promovam práticas disciplinares não violentas. Essas estratégias devem incluir:
- Campanhas consciência sobre os efeitos negativos do castigo físico.
- Programas de treinamento para pais que ensinam técnicas de disciplina positiva baseadas em apoio e a comunicação.
- Apoio psicológico e recursos para famílias em Situações estressantes.
Organizações como a Academia Americana de Pediatria e a Organização Mundial da Saúde também recomendam abordagens disciplinares positivas e eficazes. Estas incluem estabelecer limites claros, aplicar consequências consistentes e encorajar o diálogo para ensinar. habilidades sociais.
O consenso internacional sobre os direitos das crianças
Mas de 20 Os países proibiram completamente o uso de palmadas como forma de disciplina. Esta alteração legislativa reflecte um consenso emergente de que as crianças têm o direito de crescer livres de qualquer forma de violência física, mesmo isso justificado como “disciplina”.
De acordo com as Nações Unidas, estas leis não só protegem Direitos fundamentais das crianças, mas também promover uma sociedade mais pacífica e equitativo. Em Espanha, por exemplo, o artigo 19.º da Lei Orgânica 1/1996 sobre a Protecção Jurídica de Menores proíbe todas as formas de castigo físico ou tratamento degradante no ambiente familiar.
A importância da mudança cultural
Straus sugere que a cessação das palmadas deve ser acompanhada por uma mudança cultural. Ele aconselha os pais a se comprometerem a não recorrer ao castigo físico como “presente” aos filhos em ocasiões especiais. Esta medida não só fortalecerá o vínculo familiar, mas também incentivará um ambiente de respeito mútuo y confiança.
“Se você está procurando um presente que garanta uma vida feliz e saudável para seu filho, comprometa-se a nunca mais bater nele”, diz Straus. Este compromisso, embora aparentemente simples, tem um impacto transformador tanto na dinâmica familiar como no desenvolvimento futuro da criança.
As crescentes evidências científicas e o consenso internacional tornam cada vez mais evidente que a surra não é uma ferramenta eficaz ou ética para corrigir o comportamento das crianças. A promoção do respeito, do diálogo e da utilização de métodos disciplinares positivos não só protege as gerações futuras dos efeitos adversos do castigo físico, mas desempenha um papel crucial na construção sociedades mais justas y compassivo.
Eu não sabia que é errado acertá-los no rabo